A baixa umidade do ar potencializa o acúmulo de poeira e poluição. Somado a isso, o tempo seco também favorece a proliferação de fungos e ácaros, aumentando a incidência de doenças durante o inverno. No que diz respeito à visão, crescem os atendimentos de pacientes com alergia ocular.
Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, aproximadamente 20% da população brasileira sofre com o problema. A principal forma de manifestação é a conjuntivite alérgica que, diferentemente das versões viral e bacteriana, não é contagiosa. Ainda assim, é importante ficar de olho, já que os sintomas são bem parecidos: coceira, vermelhidão, maior sensibilidade à luz, irritação, lacrimejamento, inchaço e desconforto.
“Normalmente quem desenvolve esse tipo de alergia já apresenta quadros anteriores de rinite, sinusite ou dermatite alérgica”, explica o oftalmologista Janduhy Perino Filho. Por isso, o tratamento deve contar com o apoio de outros profissionais, como os alergologistas.
Para aliviar os sintomas é indicado aplicar compressas de água mineral gelada sobre as pálpebras. Se depois de 24 horas não houver melhora ou se aparecerem secreções nos olhos, a pessoa precisa procurar ajuda. “É importante que o paciente vá ao oftalmologista. Geralmente atendemos casos alérgicos, mas a pessoa pode estar com uma conjuntivite contagiosa ou algo mais grave”, ressalta.
Síndrome do olho seco
Outro problema comum durante o inverno é a síndrome do olho seco. Ela é provocada por alterações na composição ou produção das lágrimas que prejudicam a lubrificação da área.
Com o clima frio e seco, pode ocorrer um comprometimento da produção das lágrimas pelas glândulas lacrimais, causando o ressecamento da superfície do olho. Quando isso acontece, os olhos ficam vermelhos, e a sensação de ardência e coceira causam desconforto e até visão embaçada.
Como prevenção, é importante evite ficar muito tempo em ambientes com ar-condicionado, fazer pausas enquanto utiliza computadores e outros eletrônicos, beber bastante água e proteger os olhos com o uso de óculos de sol. “Quando estamos na frente de um computador, assistindo televisão ou lendo um livro, piscamos menos. E o ato de piscar impede justamente que a lágrima evapore antes da hora”, explica o oftalmologista.
Caso você apresente os sintomas, procure um especialista. Ele investigará a causa do problema e, se necessário, irá receitar um lubrificante ocular, que pode ser em forma de colírio, gel ou pomada.
Veja outros fatores que podem causar a Síndrome do Olho Seco:
1- Menopausa e uso de anticoncepcionais: mulheres que estão na menopausa ou que usam pílulas contraceptivas podem apresentar alterações hormonais que comprometam o funcionamento das glândulas lacrimais.
2- Medicamentos: uso de antialérgicos, anti-inflamatórios, antidepressivos, remédios para a acne ou para a hipertensão.
3- Outras doenças como artrite reumatoide, lúpus e Síndrome de Sjögren (distúrbio imunológico que causa secura nos olhos e na boca).
4- Outras lesões oculares: a produção das lágrimas também pode ser afetada pela existência de cistos, em casos de conjuntivite e blefarite (inflamação na região dos cílios).
5- Pós-operatório de cirurgias oculares.